quinta-feira, 7 de abril de 2011

saiu

Estava a caminho de casa, percorrendo a cidade sozinha, eram já 11 da noite. Volta e meia passa um carro e outro mas maioritariamente as ruas estão vazias, as pessoas quase todas em casa. Vejo um carro a passar perto, ouço um vidro baixar:
- Sozinha, na rua, a esta hora? A tua mãe não iria gostar se soubesse. - dizes tu com um sorriso, o mais natural, o de sempre.
Quando me apercebo só tinha imaginado isso. Escrevo isto no telemóvel e vejo a minha sombra, negra como a noite cravada no chão. Segue-me. Fujo dela mas ela apanha-me sempre. A minha sombra e minha só.
Chego à porta de casa. A luz só me diz que agora sim o que imaginei é impossível acontecer. Um retorno ao passado, e sempre uma conversa e um abraço, um sentir-me eu outra vez.
Abro a porta e sorrio. A minha mãe trouxe uma flor nova, daquelas minhas preferidas, e pôs no candeeiro da entrada... Em cima da flor que ontem recolhi a pensar no que fui.

Sem comentários: