domingo, 26 de abril de 2009

arrumar o quarto


Nunca tinha pensado que arrumar o quarto fosse um remédio para as confusões da nossa cabeça ou uma espécie de calmante. Chega até a mudar o nosso estado de espírito! Mas... mergulhamos em memórias; em histórias tão passadas que o próprio passado deixou de as passar regularmente no nosso pensamento. E eu só vejo papel. Papel com tinta disposta de uma certa forma. E o que leio? Amarguras; e tentativas de dedicatórias; e tentativas de cartas que iriam resolver tudo o que poderia existir de errado. E agora é estranho como tudo faz sentido: as cartas não enviadas só estão bem onde estão, aqui. Os seus destinatários, entretanto com os anos, nada fizeram para ter o direito de as ler quer fosse uma leitura com um fim (como antes), ou uma leitura por simpatia do momento. Faz sentido não mandar, muito menos agora que já ninguém se lembra disso; as dedicatórias só nos lembram que as pessoas às quais tentamos escrever tantas vezes ainda não sabem o quanto nos são importantes. Ainda há coisas que não mudam, poucas mas ainda as há. E são essas às quais devemos dar valor, enquanto podemos. E hei-de conseguir emparelhar o sentimento com a palavra, só para essas pessoas; e as amarguras que a vida não faz escapar. Nem fazia sentido não as ter. Mas é bom ver que já vivemos um bocadinho. Porque é isso. É apenas isso que esses papéis querem dizer.

2 comentários:

disse...

o que tem a foto? gosto do texto mas não penses mais nisso, não vale a pena

disse...

sim, tens razão. foi uma tarde perfeita aquela. só boas lembranças.