sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

carrossel




ás vezes de tanto sentir que deixo de sentir; de tanto pensar que me perco; de tanto ver e ouvir que não quero ver mais do que os amigos amigos a dizer o que eu quero ouvir; de tanto querer falar que não sei mais o que dizer.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

diz 2

What I'm gonna live for?
What I'm gonna die for?
Who you gonna fight for?
I can't answer that
{diz o Bryn Christopher}


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

004

(wish I was dead - shout out louds)

I want to hear drums and my heart's a drum.
I guess we never know what to become.
Well i didnt know that this was such a problem.
It's gonna get better when we resolve them.

I try to try to lose my head
but i wish wish wish that you were always here
and i try to try to lose my head
but i wish wish wish that i was dead.

I'm on birthday cards and on a big trip.
If this wouldn't happen then i'd bite my lip.
But i didnt know that this was such a problem.
Its gonna get better when we resolve them.

And I try to try to lose my head
and i wish wish wish that you were always here.
And i try to try to lose my head
and i wish wish wish that i was dead...
but i didnt know that this was such a problem.
It's gonna get better when we solve them.
Wa wa wa and i try to try to lose my head
and i wish wish wish that you were always here
and i try to try to lose my head
and i wish wish wish that i was dead...

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

neve, neve, neve


Hoje não tenho a idade que tenho. Hoje somos todos crianças maravilhadas pela neve que ainda não tinhamos visto, pelo menos não nas circunstâncias em que a vimos desta vez.
Senti a magia. Senti-me criança. Senti-me feliz. Foi um perdão do mundo para o mundo. E uma alegria contagiosa... As fotos, - queremos lembrar, somente lembrar - as bolas de neve, - queremos viver, somente viver - e os anjinhos que apesar de ser a parte mais infantil é também das mais divertidas (ah e tal, eu e a Renata fizemos).
Senti-me enfeitiçada pela paz do branco, pela novidade aos meus olhos, pelas pessoas que comigo falaram. Vi o mundo de maneira diferente, uma espécie de renascimento talvez, uma nova atribuição do significado de "vida" ou até mesmo o encontro de um sentido para esta. Queria falar com todos os que me significam algo e com os que já significaram. Queria estar com eles e falar com eles. Senti que era um dia que devia ser gozado de maneira diferente do habitual e talvez por fim, aproveitá-lo como se fosse o último. (limito-me a dizer o que sinto)
Foi bom, mas não foi como eu tinha pensado.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

003

(boston - augustana)

in the light of the sun,
is there anyone? oh it has begun
oh dear you look so lost,
eyes are red and tears are shed,
this world you must've crossed
you said

you don't know me,
you don't even care,
oh yeahand you said
you don't know me,
you don't wear my chains
oh yeah

essential yet appealed,
you carry all your thoughts acrossan open field,
when flowers gaze at you
they're not the only ones who cry
when they see you
you said

you don't know me,
you don't even care,
oh yeah
well you said
you don't know me,
you don't wear my chains

she said I think I'll go to Boston
I think I'll start a new life,
I think I'll start it over,
where no one knows my name,
I'll get out of California,
I'm tired of the weather,
I think I'll get a lover and fly em out to Spain
I think I'll go to Boston,
I think that I'm just tired
I think I need a new town, to leave this all behind
I think I need a sunrise,
I'm tired of the sunset,
I hear it's nice in the summer,
some snow would be nice

oh yeah, you don't know me,
you don't even care
oh yeah
Boston
where no one knows my name
where no one knows my name
where no on knows my name
yeah
Boston... no one knows my name


Boston - Augustana

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

ensaio número dois

"Deolinda franziu o sobrolho. Empurrou o português de encontro à parede, colando-se a ele. Sidónio não mais regressaria desse abraço.
- Que olhar é meu nos olhos teus?
Nessa noite se solveram, mãos de oleiro, salvando o outro de ter peso. Nessa noite o corpo de um foi lençol do outro. E ambos foram pássaros porque o tempo deles foi antes de haver terra. E quando ela gritou de prazer o mundo ficou cego: um moinho de braços se desfez ao vento. E mais nenhum destino havia.
- Amar - disse ele - é estar sempre chegando.
Um ano depois, sentado sobre um banco de pedra, o português sente estar ainda chegando a Vila Cacimba enquanto convoca as memórias de encontro com a mulata Deolinda. O que faltava, agora, para que ele se sentisse já chegado?
Lembrou os versos que ele próprio rabiscara na ausência de Deolinda: «Eu sou o viajante do deserto que, no regresso, diz: viajei apenas para procurar as minhas próprias pegadas. Sim, eu sou aquele que viaja apenas para se cobrir de saudades. Eis o deserto, e nele me sonho; eis o oásis, e nele não sei viver.»"

Mia Couto - Venenos de Deus, Remédios do Diabo.

sábado, 3 de janeiro de 2009

pnst. I





A memória é o espelho onde observamos os ausentes.




Joseph Joubert