sexta-feira, 30 de setembro de 2011

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Diz que uma pessoa nativa de gémeos vive da mudança e odeia rotinas. Quando as mudanças são radicais, as constantes desaparecem, o meio é novo e até o que achávamos ser impossível acontece, então a mudança é insuportável. Viver na incerteza, andar pelo desconhecido... Crescer é do pior.

we're just ordinary people

Num certo dia de Setembro em 1999, conheceram-se os alunos da professora Angelina. 20 caramelos com 5 e 6 anos que não sabiam o que lhes esperava. O tempo passa e hoje recebemos o diploma de fim do secundário. Desses 20 (e tal) são poucos os que realmente ainda se conhecem e ainda se falam. Outras pessoas ficaram também no histórico pelas ligações de turma e teatro. É muito estranho. Alguns depois de 12 anos juntos, quando se encontram depois da primeira semana na faculdade, já estão completamente integrados, só querem é mais praxe, mais vida, continuar. Outros ficam com as lágrimas nos olhos no autocarro só de pensar que nos vamos encontrar novamente. Por mim fazia um 13º ano com eles todos outra vez. Sem dúvida que noutro certo dia de Setembro de 2011 foi um primeiro dia de aulas tal como se fosse a primária. É a mesma novidade, o mesmo entusiasmo, o mesmo medo da mudança. E da mesma forma que 12 anos voaram, 3 ou 5 ou quantos forem necessários passarão a voar. Nessa altura já a mudança é o pão nosso de cada dia.

domingo, 18 de setembro de 2011

astronomia

Fez nestes dias 12 anos que entrei para a escola. Já sabia ler, menos as palavras grandes, e sabia escrever o meu nome. Hoje tenho a teoria da relatividade a comer-me a cabeça e sei que demonstrar matematicamente qualquer coisa é mais importante que substituir valores e resolver a expressão. Não, não é nostalgia. É ser a mais pura verdade quando alguém diz: "ainda no outro dia fazia desenhos com marcadores sobre qualquer coisa mas sempre com um sol com óculos de sol e agora já vai para a faculdade...".
Tenho quem me diga que nem tem piada saber que entrei no curso que queria porque já sabia que entrava, à larga. No entanto tenho a mesma ansiedade que todos têm para abrir o mail, ou ler no site que sim, estou mesmo naquele curso, sim, consegui. Para mim é um sonho tornado realidade, é poder dizer que "posso dizer isto desde que tenho 4 anos, mas hoje sei que vou ser doutora da lua, do sol e das coisas do céu".

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

diz que é uma fase

Antes achava que era difícil, muito difícil, viver quando alguém importante para nós saía da nossa vida. Não se vivia, sobrevivia-se. Mas, há já algum tempo, acho que isso não é difícil. Habituarmo-nos a outra rotina, a ir para outra casa, a estar com outra pessoa, a estudar outro assunto, essa mudança é fácil. É fácil porque é física e o tempo passa suficientemente depressa para que o corpo se habitue. O difícil vem depois. Sim, depois vem a inflexibilidade e como o que está diferente torna-se definitivo e passa a normal. Se alguém saiu por aquela porta, só entrará quando bater e eu abrir, mas mesmo para isso o caminho não é fácil.
O difícil é lidar com o vazio que fica. O difícil é aceitar que agora vai ser assim "para sempre". E porque isso nem sequer existe, nunca o deveríamos dizer. Sempre nos assustará a ideia de quanto mais tempo é que se vai ficar a pensar, remoer, falar sobre e até chorar. Faz-se o luto mas depois a gente conforma-se... Deprime e des-deprime.

Até que começa tudo, outra vez...